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Começar um serviço de HST do ZERO

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Mensagem por Papoila Qua Mar 05, 2008 2:28 pm

Olá Técnicos. Bem haja este forúm, precisa de ser mais divulgado, pois poderá ser um ponto de referência para esclarecer dúvidas. Eu sou TSHST há um mês, e onde estou, vamos criar um serviço novo, embora nos deparemos com muitissimos entraves, desde a falta de meios, a sobresolicitação, a chefes pouco iluminadas sobre o que é a HST....

Algum de vocês passou por isto?

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Mensagem por JFR Qui Mar 06, 2008 5:24 am

Bom dia,

Nunca implementei nenhum sistema, tendo como base a HST. Contudo, e dado que este fórum é frequentado por TSHST julgo que seria importante o esclarecimento de algumas dúvidas, com vista a debelar as mesmas, promovendo assim a discussão.

Naquilo que puder ajudar, disponha!

P.S - Quanto à divulgação do Fórum, pode sempre publicitar o mesmo junto de colegas! Wink
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Mensagem por Nat Custodio Sex Mar 07, 2008 4:52 pm

Papoila,

Não quero de todo desanimá-la... mas esses entraves de que fala existem um pouco por todo o lado, seja em que sector fôr.
Como diz o meu chefe só existem duas maneiras de se conseguir levar avante a HST: através do dinheiro e do medo!
Do dinheiro, quando fazemos os chefes perceberem o que ganham em termos monetários com a implementação de sistemas de HST e principalmente quando lhes damos números palpáveis - se gastar x agora aqui ganha y mais ali e não se arrisca a pagar z à ACT se visitarem a empresa.
E depois o medo: fazendo as pessoas perceberem que podem sofrer consequências físicas, psíquicas e de progressão de carreira e em casos mais graves, processos disciplinares por incumprimento.
Não é tarefa fácil... ando nisto há uns anitos e tive muitos momentos de desespero e de ponderar seriamente se devia manter-me na profissão... especialmente quando comecei a pesar nos pratos da balança a minha responsabilidade civil e criminal contra a incúria e falta de bom senso das pessoas no que toca à HST e às suas próprias vidas.
Mas nem tudo são amarguras... porque quando se gosta do que se faz e se sabe que o fazemos por um bem maior, em prol dos outros, a recompensa tarda mas chega!! Wink E é sempre bom sermos reconhecidos pelo trabalho que fazemos. Smile
Boa sorte!
Cumps.
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Mensagem por JFR Sáb Mar 08, 2008 12:10 pm

Boa Tarde,

Tenho vindo a discutir esta temática (responsabilidade do TSHST vs Gestão de Topo de Organização), com diversos colegas e formadores.

A ideia que tenho, e um pouco à semelhança do que acontece com a temática ambiental, é que ainda reina o "facilitismo" e o "nacional porreirismo", na esmagadora maioria das empresas. Não será em todas, mas em grande parte, quer realçar.

A delegação de responsabilidade num (a) TSHST é algo que começa a ser frequente nos dias que correm. Aliás, daí a razão de ser desta actividade profissional. Daí a contratação de técnicos incumbidos e responsáveis por zelar pela segurança (condições de) numa organização. Contudo, e contrariamente ao que pensava nas primeiras abordagens que fiz à Segurança, nem sempre a análise é linear. Em sede de apuramento de responsabilidades (acidente de trabalho mortal), o TSHST não vai sozinho à "barra". Natural, e inquestionavelmente a Administração de Topo (empregador) tem uma palavra a dizer. Donde, não é tão mau o panorama. Mas é preocupante, claro.

Compreendo o ponto de vista da Natércia. É gratificante o facto de vermos algumas soluções implementadas resultarem efectivamente, mas não será tão bom vermos que persiste a incúria e a negligência por parte de certos colaboradores em seguirem determinados procedimentos. Ou não fazerem caso de determinados ensinamentos ministrados em acções de formação. E claro, quando acontece algo (mortal ou grave), há sempre um dedo que irá ser apontado a alguém que não fez bem o seu trabalho...e por vezes nem é ao colaborador...

Reconheço que existe uma grande desconfiança relativamente à implementação de SHST nas organizações, um pouco porque nos deparamos logo com a questão de provar ao empregador o porquê, o valor acrescentado, a mais-valia decorrente da implementação de tal solução. E ainda que obrigatório...nem sempre é uma prioridade. E devia ser.

Cumpts
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Mensagem por Nat Custodio Sáb Mar 08, 2008 2:49 pm

Caro JFR,

Efectivamente na SHST ainda grassa muito nacional porreirismo e facilitismo, e tristemente a grande maioria de trabalhadores, chefias intermédias e superiores ainda acha que os acidentes só acontecem aos outros.
Tive o «desprazer» de trabalhar com um director de obra que quando confrontado com o facto de uma empresa não ter qualquer seguro de acidentes de trabalho e ainda se agravar o facto de 3 dos 4 funcionários estarem ilegais no país, me disse com ar de gozo: «não me lixe!». Ainda tentei a cartada de uma possível visita da então IGT, ao que me respondeu orgulhosamente que a IGT tinha mais que fazer do que visitar a obra... Curiosamente Deus escreveu direito em linhas tortas e coincidência das coincidências, um inspector apareceu na obra 3 dias depois... Esse acho que engoliu em seco os sapos todos! E começou a perceber que álem do técnico poder ser chamado à responsabilidade, ele teria que o ser muito antes, por ser director de obra.

O pior cenário que se pode encontrar é quando somos descredibilizados por chefias com este tipo de atitude. No meu caso particular, cheguei a ter que ouvir muita boca machista, do tipo «as mulheres são umas chatas» ou «lá está a fazer uma tempestade num copo de água». Mas como me disse um formador uma vez, o papel do técnico é ter uma «mente negra», ou seja, temos que ser capazes de pintar o pior cenário possível. Não quer de todo dizer que tenhamos que ser pessimistas... temos é que ser capazes de prevenir o máximo de riscos possíveis. É isso que muita gente não entende...

Alguns trabalhadores quando chamados à atenção, pedem-me desculpa. Mas não é ao técnico que têm que pedir de desculpa... é a eles próprios, por descurarem regras de segurança, por falta de atenção ou por comportamentos de heroísmo e alguns inclusive de pura ousadia. É esta realidade comportamental que se vê diariamente e que custa mais lidar, pelo menos no meu caso. Por vezes, sinto que estou a pregar aos peixinhos e fico mesmo triste por ver que as pessoas dão tão pouco valor à vida.

Reconheço que na empresa onde trabalho, muito caminho tem sido percorrido e a importância da segurança tem vindo a aumentar exponencialmente e a administração faz questão de fazer compreender a todos a sua responsabilidade nesta matéria. Até mesmo os encarregados são constantemente sensibilizados para esse facto: que a segurança é uma responsabilidade sua e que se não tomarem medidas para que ela exista de forma efectiva, existem sanções do ponto de vista criminal e antes disso, a nível interno, através de processos disciplinares.

Quanto à comparação que fez com a área ambiental, acho que nesta última a acrescer ao facilitismo e nacional porreirismo existe também a sensação generalizada de impunidade, um pouco devida à falta de presença activa dos mecanismos de fiscalização. Mas estou certa, daquilo que conheço da legislação, que quando o Instituto do Ambiente e as CCDR's começarem a andar no terreno, com os valores avultados das coimas, as empresas começarão concerteza a disponibilizar meios humanos e materiais à causa da gestão ambiental.

Pena que no nosso país, as coisas só se façam por receio das multas... em vez de existir uma atitude proactiva e de livre iniciativa para cumprir com alguns preceitos que em última análise, apenas beneficiam a generalidade da população.

Cumps.
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Mensagem por JFR Dom Mar 09, 2008 4:48 am

Cara Natércia,

Concordo globalmente com o que por si foi referido. Sem entrar em grandes detalhes, vejo Portugal como um país das oportunidades. Quer sejam bons exemplos, quer sejam maus exemplos.

Há já bastante tempo que debato as temáticas do Ambiente e da Segurança no meu círculo de amigos mais íntimo e colegas de profissão. Não sendo necessariamente discussões de carácter técnico, naturalmente, há toda uma série de questões que são normalmente do senso comum, e cuja discussão tem tido bons resultados, ou seja, são debeladas as dúvidas e é possível encontrar uma resposta para as mesmas, ou seja, é possível clarificar alguns aspectos.

Relativamente à temática do Ambiente, considero que é uma área muito pouco explorada pelas empresas. Como referiu e bem no seu post, prevalece o sentimento da impunidade. É mais vantajoso incorrer em coima, ser prevaricador, do que implementar 3 ou 4 soluções que até resolviam outras tantas situações não conformes. A análise para a Segurança não é diferente. Basicamente, são duas áreas em que se tem vindo a verificar uma aposta clara e inquestionável por parte das empresas, mas algo tímida e ainda muito incipiente. Convem naturalmente contextualizar a presente situação do país, em termos económicos e sociais, e sem grande dificuldade se percebe que são áreas não prioritárias. Tem de ser feita uma aposta, mas a la long. Sem grandes pressas. Sem grandes complicações. Quando fôr, é.

E é aqui, que na minha opinião, os TSHST têm uma palavra a dizer. Recorrendo à assertividade. Tentando, de alguma forma, sensibilizar "ainda" mais a Gestão de Topo e os colaboradores da organização. Ainda que pareça ser uma cruzada interminável. Ainda que pareça falar para as paredes. Ainda que pareça que nunca seremos ouvidos. É importante que toda a estrutura organizacional esteja consciente e capacitada das consequências da não observação de determinados aspectos ou do não cumprimento/negligência de determinados procedimentos ou sugestões devidamente sustentadas.

Uma última palavra respeitante à fiscalização. Enquanto não existirem coimas exemplares aplicáveis (e publicitadas) às empresas que continuadamente prevaricam, não irá existir qualquer tipo de referência legal ou caso de estudo que sirva de exemplo para as mesmas. Ou seja, continuar-se-á a assistir à impunidade e ao sentimento generalizado de que não cumprir as obrigações legais compensa. Ou por outra, os valores das coimas actualmente aplicáveis (que como sabemos na esmagadora maioria são aplicados pelo menos valor), levam a Gestão de Topo a pensar que acaba por ser economicamente mais compensatório pagar a coima, do que investir em soluções sugeridas (vários exemplos no domínio do Ambiente).

Cumprimentos
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Mensagem por Odete Cunha Qua Mar 12, 2008 9:00 am

Prefiro pensar que a inspecção vai começar a desempenhar o seu papel de forma assertiva.
Melhor será para a redução do n.º de acidentes de trabalho e consequentemente para a dignificação de todos os trabalhadores e respectivos postos de trabalho.

Penso que esta ajuda também passa um bocadinho por nós técnicoc, pois tal como diz a colega Natércia e a meu ver bem, temos de pintar sempre o pior cenário... pois só assim conseguiremos ver nos olhos dos donos de obra (e empresas) respeito pela segurança e pela vida humana Smile
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Começar um serviço de HST do ZERO Empty Re: Começar um serviço de HST do ZERO

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